O que é Tesouro Direto?
É um programa criado em 2002 pelo Tesouro Nacional, órgão responsável pela dívida pública, permitindo que qualquer pessoa com CPF possa investir nos títulos públicos, através da internet.
Os títulos do Tesouro Direto são investimentos de renda fixa, ou seja, aqueles em que você, investidor, já sabe quais são as regras de rentabilidade e como ocorrerá o pagamento dos juros. Em resumo, é um investimento ideal para quem busca previsibilidade e segurança.
A popularidade dos títulos públicos vem aumentando nos últimos tempos, já que permite realizar aplicações com valores baixos, a partir de R$ 30, e oferecem liquidez diária. Desta maneira, existem várias opções de títulos disponíveis, com diferentes prazos de vencimento, indexadores e fluxos de remuneração. Assim sendo, atende a necessidade de um grande número de investidores.
Quais são os tipos de títulos do Tesouro Direto disponíveis?
Com o tesouro direto, é possível escolher o título que mais se encaixa ao seu perfil e objetivos de investimento. Assim como os outros investimentos em renda fixa, o Tesouro Direto disponibiliza diversas opções, que podem ser Prefixados e Pós-fixados, indexados à taxa Selic e ao índice de inflação IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
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Títulos públicos Prefixados:
Nesses tipos de título, a rentabilidade já é definida no momento da aplicação, ou seja, o investidor já tem o conhecimento de quanto irá receber se mantiver o título até o vencimento. Em suma, é indicado para objetivos de médio e longo prazo, já que possuem vencimentos superiores a dois anos. Por exemplo:
Título | Tesouro Prefixado 2024 |
Rentabilidade anual | 11,06% |
Investimento mínimo | R$ 30,59 |
Vencimento | 01/07/2024 |
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Títulos públicos Pós-fixados:
São aqueles títulos em que a rentabilidade está atrelada a um indexador que varia ao longo do tempo. Nesse caso, a remuneração poderá não ser a mesma todos os anos, mas sempre será positiva. A taxa Selic serve de indexador para esses títulos. Por exemplo:
Título | Tesouro Selic 2024 |
Rentabilidade anual | Selic + 0,1091% |
Investimento mínimo | R$ 111,27 |
Vencimento | 01/09/2024 |
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Títulos públicos Híbridos:
São os títulos que a rentabilidade está atrelada a uma taxa prefixada e um indexador ao mesmo tempo. Nesse caso, os títulos ofertados pelo Tesouro Direto, para pessoa física, são indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Por exemplo:
Título | Tesouro IPCA+ 2026 |
Rentabilidade anual | IPCA + 4,91% |
Investimento mínimo | R$ 59,98 |
Vencimento | 15/08/2026 |
Os títulos públicos disponíveis contam com duas modalidades de remuneração: com juros semestrais ou com juros no vencimento. Na primeira opção o investidor receberá fluxos de pagamento a cada 6 meses, de acordo com a taxa de juros pactuada no momento da aplicação. Na segunda opção, o investidor receberá o valor investido somado à rentabilidade, somente no vencimento do título.
Os títulos indexados à taxa Selic são indicados para constituir reserva de emergência, no caso dos indexados à inflação (IPCA) são indicados para investidores com foco no longo prazo e manutenção do poder de compra.
Como funciona o Tesouro Direto?
Ao investir nos títulos públicos é importante entender como funciona esse tipo de investimento, para não ter surpresas no momento de aplicar ou resgatar os valores.
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Taxas e Valor mínimo:
Para que você possa investir nos títulos do tesouro direto, a quantidade mínima por investimento em cada título será de 1% do valor do papel. Além disso, foi definido um mínimo de R$ 30,00 por investimento.
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Rentabilidade:
É preciso entender como funciona a rentabilidade dos títulos para não ser pego de surpresa em caso de resgate antecipado. Os títulos prefixados e atrelados ao IPCA podem sofrer variações diárias em caso de resgate antes do vencimento. Por exemplo, se na bolsa os investidores acreditam que a Selic em dois anos subirá a 10%, um título do Tesouro Direto já negociado que prevê juro fixo de 8% também em dois anos fica menos interessante e perde valor.
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Liquidez:
Em todos os títulos do Tesouro Direto, o investidor poderá resgatar o valor aplicado quando quiser. É importante observar as condições de resgate. Nesses casos, perdas podem acontecer, como mencionado acima.
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Custos:
A taxa de custódia é uma valor pago pelo serviço da B3, que mantém a guarda dos títulos públicos e disponibiliza as informações e movimentações de saldos ao investidor. A cobrança é semestral e o valor é equivalente a 0,25% ao ano sobre o valor aplicado.
No entanto, essa taxa não é cobrada dos investidores que possuem menos de R$ 10.000 investido, ao superar esse valor a taxa incidirá apenas sobre o valor excedente. Por exemplo, um investidor que possui R$ 15.000 aplicado, a taxa será cobrada somente sobre os R$ 5.000 excedentes. As corretoras de investimento podem cobrar taxa de administração sobre os valores aplicados, na XP esse valor é isento.
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Tributação:
O imposto cobrado sobre a rentabilidade dos investimentos em títulos públicos segue a tabela regressiva para investimentos em renda fixa. A alíquota que incide sobre o investimento em títulos públicos é de 22,5% sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias. Esse percentual cai para 20% em aplicações de 181 a 360 dias, e recua a 17,5% em investimentos de 361 a 720 dias. A partir deste prazo, o IR é de 15% sobre o lucro obtido com o investimento.
É seguro emprestar dinheiro para o governo?
Não existe investimento isento de risco, entretanto os títulos públicos são um dos investimentos mais seguros disponíveis. O governo brasileiro nunca deu calote na dívida interna, ou seja, nunca deixou de pagar seus credores. No caso de títulos emitidos por bancos, como CDB, LC, LCA, LCI o risco é da instituição emissora que no pior cenário poderá quebrar.
Tesouro Direto X Poupança
O tesouro direto possui diversos títulos disponíveis, com diferentes maneiras de rentabilizar o capital investido. Isso já se torna uma vantagem ao investidor. Outro fato relevante é a forma de remuneração que a poupança oferece.
As cadernetas rendem 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR), que está zerada desde 2017. A regra muda quando a Selic estiver abaixo de 8,5%. Neste caso, a remuneração passa a ser 70% da taxa básica de juros.
O Tesouro Selic, rende 100% da taxa Selic, com liquidez diária. É possível observar que a poupança oferece 30% menos rentabilidade. Ou seja, ao aplicar o dinheiro na poupança o investidor deixa de ganhar quase um terço da rentabilidade.
Como escolher o melhor título público?
Para escolher o título público certo para compor a carteira de investimentos diversos fatores devem ser levados em consideração. Em primeiro lugar, deve-se observar o seu perfil de investidor. Em segundo lugar, ter em mente os objetivos do investimento, prazos, rentabilidade esperada, entre outros fatores. Para ter segurança e tranquilidade na hora de escolher, conte com a ajuda de um de nossos assessores de investimento.
Fonte: XP, InfoMoney, Tesouro Direto.